Passar para o Conteúdo Principal

O IPIC, Índice de Presença na Internet das Câmaras Municipais Portuguesas, foi o foco do último workshop promovido pela WireAcademy. O evento, que contou com mais de 200 inscritos no passado dia 26 de setembro, destacou a importância deste estudo para os municípios e como a comunicação, transparência e participação fortalecem a cidadania digital.

A sessão contou com a apresentação de Delfina Soares, da Universidade das Nações Unidas, que mostrou em detalhe como é feito o estudo que leva à construção do ranking IPIC, dando exemplos de como as análises são feitas, e ainda um comparativo de resultados ao longo dos anos.

Também contámos com a participação de Pedro Vala, do Município de Porto de Mós, e Rui Mesquita, do Município de Lagoa - Algarve, que debateram as oportunidades e desafios que a modernização administrativa, em termos de serviço ao cidadão, trazem aos membros das autarquias.

Transparência e Evolução Contínua

No workshop, os oradores destacaram que o IPIC reflete os progressos dos municípios na disponibilização de serviços digitais e sublinharam a importância de a metodologia ser constantemente ajustada para acompanhar as mudanças tecnológicas.

Graças a essa abordagem, o IPIC tornou-se uma ferramenta crucial não apenas para a comparação de desempenho entre os municípios portugueses, mas também como um exemplo para outros países.

Os mais de 300 sites e 108 municípios analisados anualmente demonstram o compromisso com a inovação digital.

Apesar de ajustes nos critérios de avaliação e o impacto da pandemia de COVID-19, o número de câmaras com resultados acima da média continua a crescer, especialmente na acessibilidade dos sites e no tratamento da linguagem.

Contudo, foi expressa preocupação sobre a crescente disparidade entre os municípios no que diz respeito à prestação de serviços online.

A Importância da Participação e da Interação Humana

Durante o evento, também foi discutida a relevância da digitalização dos serviços municipais, como uma tendência acelerada pela pandemia, mas com a ressalva de que a interação humana ainda é fundamental em muitos casos.

O papel dos cidadãos também está em evolução, passando de consumidores passivos a participantes ativos na cocriação de serviços digitais.

Outro ponto relevante foi a análise da utilização das redes sociais, nomeadamente o Facebook, como canal de comunicação. Embora seja útil para a disseminação de informação, os oradores alertaram para a fiabilidade e volatilidade dos dados partilhados nestas plataformas.

Acentuou-se, por isso, a importância de os municípios manterem os sites como canais de verificação e contacto direto com os cidadãos, aperfeiçoando-os continuamente.

O Futuro da Modernização Administrativa

Através do IPIC, os municípios portugueses têm uma oportunidade única de avaliar e melhorar continuamente os seus serviços digitais. Este compromisso com a inovação, aliado a uma abordagem que privilegia a transparência e a participação cidadã, garante que as autarquias estão cada vez mais preparadas para enfrentar os desafios da era digital.

Contudo, o IPIC não pode ser considerado uma verdade absoluta, pois cada autarquia tem a sua própria realidade e recursos disponíveis. É preciso, acima de tudo, considerar este estudo como um bom guião para percebermos se as autarquias se adequam à evolução tecnológica, aliada ao serviço ao cidadão.

À medida que a transformação digital se intensifica, será essencial encontrar um equilíbrio entre os avanços tecnológicos e a interação humana, assegurando que os serviços municipais não só sejam mais acessíveis, mas também mais inclusivos e responsivos às necessidades das pessoas.

Cabe-nos agradecer aos oradores e aos participantes deste workshop pelas partilhas, interações e presença.

Gostaria de saber mais sobre como colocar a sua instituição no próximo top 10 do ranking IPIC? Entre em contacto connosco, temos todo o gosto em ajudar.