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Cidades Inteligentes: seres vivos feitos de pessoas, cimento e tecnologia

Inúmeros benefícios das tecnologias atuais em prol do cidadão sem esquecer da cibersegurança.
No mundo globalizado em que vivemos, as tecnologias estão a avançar na velocidade da luz. A cada dia que passa surgem novas ferramentas digitais que nos fazem repensar a forma como encaramos a nossa rotina.
Foi com estas transformações em mente que constituímos o quarto painel do 4.º Autarquias do Futuro. Com o tema Smart Cities, discutimos o papel destas inovações tecnológicas não só em prol do cidadão, mas também no auxílio da gestão das autarquias.
A sessão contou com a partilha de projetos que fizeram o melhor uso das novas ferramentas digitais em diferentes perspetivas. Foram discutidas as oportunidades que surgiram com a pandemia – ao agilizar o processo da modernização administrativa – bem como os desafios ligados a segurança destes novos sistemas.
Para fomentar este debate, convidamos ao palco Paula Ribeiro, do Museu Marítimo de Ílhavo, Ricardo Machado, do Município de Guimarães, José Matos, da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, e Marco Teixeira, técnico na área da cibersegurança.
Paula Ribeiro, diretora do Museu Marítimo de Ílhavo
Como diretora do Museu Marítimo de Ílhavo, Paula Ribeiro apresentou as diferentes plataformas digitais implementadas na instituição, por forma a cativar mais visitantes após a crise desencadeada pela pandemia.
O grande desafio colocado em questão foi como modernizar as atrações do museu, e ainda assim reestruturar toda a sua estratégia de comunicação aliada a estas ferramentas. A solução? Apostar em uma nova imagem em um site reformulado, e uma aplicação móvel capaz de tornar mais interativa a experiência do visitante.
“Queríamos inovar para manter um contacto com o público. Fizemos um investimento em várias ferramentas digitais de cerca de 52 mil euros. Queríamos um site novo e uma aplicação em que a pessoa entrasse no museu e pudesse fazer autonomamente uma visita”, ressaltou Paula Ribeiro.
Além de assegurar esta modernização, foi ainda preciso garantir a acessibilidade de todos os tipos de público, uma vez que o Museu Marítimo de Ílhavo apresenta uma grande diversidade de visitantes.
Para isso, foi implementado um Avatar de Língua Gestual Portuguesa e ainda a tradução dos conteúdos para quatro línguas diferentes (português, inglês, espanhol e francês). Assim, todos podem desfrutar do seu acervo histórico, contando com interatividade à distância de um clique.
Ricardo Machado, Chefe de Divisão da Câmara Municipal de Guimarães
Na perspetiva de Ricardo Machado, do Município de Guimarães, as cidades são verdadeiros motores de crescimento económico. O investimento em inovação e tecnologia é o caminho para oferecer mais conforto e qualidade de vida aos cidadãos.
Segundo o orador, entre 2015 e 2018, Guimarães avançou para o processo de transformação digital em todas as grandes áreas de atuação da gestão da cidade, desde a mobilidade até urbanismo, da cultura a ciência e até mesmo do meio ambiente a sustentabilidade.
“Guimarães tem sido nas últimas décadas, nacional e internacionalmente, um território na vanguarda das políticas públicas, na procura de uma sociedade mais inovadora, sustentável e digital. E agora ainda mais, a cidade vai desenhar o seu futuro com base na ciência, educação, cultura e inovação”, destacou Ricardo Machado.
O uso de sistemas digitais capazes de organizar, monitorar e analisar estas áreas não só são um bom exemplo de modernização administrativa, como mostra o bom funcionamento da autarquia, auxiliando tanto os colaboradores quanto os membros do executivo a oferecer serviço e atendimento de qualidade aos munícipes.
Dessa forma, Guimarães conquistou a entrada no ranking das 100 cidades mais inteligentes da União Europeia. Este reconhecimento internacional, fruto de muito trabalho e dedicação, resulta no orgulho e na confiança dos moradores.
José Matos, da CIRA (Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro)
José Matos, da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), foi o terceiro orador deste painel. A sua intervenção deve como principal foco transmitir detalhes do projeto RAD – Região Aveiro Digital – que consiste no processo de modernização administrativa em larga escala, englobando todos os 11 municípios pertencentes à CIRA.
O objetivo deste projeto vai além de modernizar a gestão das autarquias locais, sendo que o foco foi dado em uniformizar o nível dos serviços oferecidos em escala intermunicipal. Além disso, há o reforço para a capacitação de recursos disponíveis e a maximização do uso das ferramentas tecnológicas.
“É preciso ultrapassar alguns localismos e assumirmos de fato alguns sentidos mais regionais. Porque muitos dos problemas que hoje temos, face a sua complexidade, justificam outras formas de abordagem. O nosso contributo enquanto CIRA é tentar encontrar as áreas onde faz sentido que haja atuação e potencializar aquilo que são as capacidades dos municípios”, explicou José Matos.
Isto inclui a criação e remodelação de sites das Câmara Municipais, a redefinição de processos internos, a reestruturação da comunicação e uma aposta incisiva em serviços online transversal a toda a região. Como resultado, os cidadãos sentem a coerência no atendimento prestado, com qualidade de uma ponta a outra.
Marco Teixeira, técnico em cibersegurança
Para encerrar não só esta sessão, mas também o primeiro dia do Autarquias do Futuro 2022, contámos com a participação de Marco Teixeira para falar sobre cibersegurança. Porque afinal, de nada adianta termos os sistemas mais inteligentes, os processos mais modernos e as plataformas mais potentes se elas não estão, efetivamente, salvaguardadas.
Segundo o orador, muitas das tecnologias que hoje temos a nossa disposição compõe o esqueleto das cidades inteligentes e é preciso ter atenção redobrada em todas as etapas do processo de planeamento, construção, e até a execução destes sistemas.
“Efetivamente, precisamos proteger o 'cérebro', 'corpo' e 'sentidos’ de uma cidade inteligente, além de proteger cada aplicativo. Isso exige uma solução de segurança abrangente e total para proteger uma cidade inteligente. Essa solução de segurança não só protege a cidade de invasores de fora da cidade, mas também protege internamente – infraestruturas, conectividade, aplicativos e serviços”, alertou o técnico superior de informática.
O uso de VPNs, criptografia de dados, controle de acessos, sistemas de alarmes e de deteção de intrusão, e principalmente uma manutenção rigorosa de backups e auditorias regulares. Estas são algumas das melhores maneiras de proteger uma autarquia.
Num contexto de smart city onde exponenciamos o uso de sensores e diferentes tipos de IoT, bem como o uso de dados para tomadas de decisão, a cibersegurança aumenta a sua importância consideravelmente.
Ao proteger as instituições, garante-se a entrega dos seus serviços aos cidadãos e a boa execução dos trabalhos internamente.
Em resumo, as Smart Cities já não são o futuro, mas sim uma realidade que está a evoluir a alta velocidade! É preciso estar a par das novidades do mercado e perceber que benefícios estas novas tecnologias podem oferecer ao município e aos seus moradores.
O que não falta são ferramentas digitais capazes de otimizar processos, maximizar serviços e amplificar os resultados. Contudo, o mais importante é ponderar o ponto de vista do cidadão, e como podemos melhorar a sua qualidade de vida.
Se este processo de modernização já é inevitável, que seja realizado com toda a cautela e cuidado possível, visando sempre a proteção e bem-estar de todos.
O 4.º Autarquias do Futuro contou com dois dias inteiros reservados para apresentar 8 painéis dedicados a conteúdos que visam enriquecer a experiência na modernização administrativa das instituições públicas.
Saiba mais sobre os conteúdos apresentados no megaevento nestes outros artigos:
- Resumo de 2 dias intensos de "Autarquias do Futuro"
- Transformação digital. 4 visões do futuro
- O desafio da evolução da comunicação
- Pensar em transparência é pensar em proximidade
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