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Painel abertura 1 847 450
2022/05/23

Transformação digital. 4 visões do futuro.

Será que o posicionamento territorial afeta a implementação da transformação digital?

Iniciamos o Fórum Autarquias do Futuro com o Painel de Abertura, que contou com a presença de Luís Newton, Vice-Presidente da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) e Presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Helena Barril, Presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Walter Chicharro, Presidente da Câmara Municipal da Nazaré e Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães.

César Silva, eGovernment Evangelist, iniciou a moderação deste painel relembrando a importância da abordagem do Autarquias do Futuro, megaevento nacional que se insere na WireAcademy.

Comunicação, transparência e participação, mais do que simples palavras são aquilo que encaramos como os pilares de uma base para a cidadania”, reforçou César Silva.

 

Luís Newton, Vice-Presidente da ANAFRE

Deve existir uma forte correlação entre a missão principal das autarquias, a proximidade, e aquela que é a ferramenta fundamental para o conseguir: a transformação digital”, afirmou Luís Newton, dando, deste modo, início à sua participação.

As autarquias disponibilizam uma panóplia de serviços que promovem a proximidade com o cidadão criando, inevitavelmente, a expectativa de que “um autarca não pode errar, porque ao fazê-lo vai contribuir para a insatisfação das comunidades que gere”, declarou o orador.

Para Luís Newton, existem 2 vetores que ditam o sucesso do serviço público:

  • “A capacidade de ouvir e compreender as necessidades da comunidade” e
  • “Capacidade de operacionalizar respostas mediante essas mesmas necessidades”.

Esta é a fórmula que, na visão do Vice-Presidente da ANAFRE, gera o tão aclamado “Citizen Engagement”, ou envolvimento com o cidadão. “A opinião de cada 1, importa”, reforçou o orador.

Mas, afinal, como fazemos a transformação digital na administração pública?

Ela deve ser feita tendo em conta as componentes clássicas de uma organização: Pessoas, Equipamento e Processos”, salientou Luís Newton.

E como podemos revolucionar os processos?

“Através de uma abordagem à gestão e administração pública centrada na otimização processual”, declarou o orador.

Luis Newton aprofundou que durante esta revolução devemos ter em conta:

  • “As pessoas – Antecipar fragilidades e potenciar capacidades;
  • Os equipamentos – Desenhar soluções que integrem e potenciem disponibilidade;
  • Os processos – Conhecimento da organização e aplicação de filosofias organizacionais.”

A missão?

“Mudar o paradigma. Criar Inovação, ouvir as pessoas (da organização e os munícipes), ter a capacidade de resolver os seus problemas reais (como por exemplo o combate à iliteracia digital)”, concluiu Luís Newton.

 

Helena Barril, Presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro

A modernização tecnológica está em curso, esta alteração veio facilitar os serviços que as autarquias prestam”, afirmou a oradora.

Porém, recordou-nos que “há circunstâncias que quem legisla não tem em conta, ou não conhece, a realidade de territórios como Miranda do Douro”.

Mas afinal, que realidade é essa dos mirandenses?

O interior do país, para além de perder população, a que fica é envelhecida, logo não tem a mesma abertura para esta inovação tecnológica que os mais jovens.

Contudo, por estes motivos, tem que haver a noção de que “o nosso papel (autarcas e técnicos eleitos) é crucial para encontrarmos o nosso público e não excluirmos ninguém”, reforçou Helena Barril.

Deste modo, sem dúvida que a inovação de processos e plataformas são de extrema importância e necessidade, porque cria perspetivas muito positivas.

Contudo, “não nos podemos esquecer das pessoas”, relembrou a Presidente da CM de Miranda do Douro.

Em suma, a oradora terminou reforçando a ideia de que “se modernizamos muito e nos esquecemos das pessoas e da formação que temos que lhes dar, perde-se o equilíbrio” e esta modernização e revolução digital perde o sentido.

 

Walter Chicharro, Presidente Câmara Municipal da Nazaré

A comunicação é o eixo central na atuação do Município da Nazaré”, garantiu Walter Chicharro. Relembrando que a comunicação é “fundamental na estratégia de afirmação quanto concelho no mundo”.

Qual o objetivo?

Tornar a Nazaré uma marca global”, sublinhou o orador.

Sempre com foco na comunidade e no desenvolvimento local, o município da Nazaré trabalha diariamente para encurtar o gap entre o munícipe e a autarquia.

Walter Chicharro esclareceu que “foi feito um grande investimento informático e digital. Nomeadamente, o agendamento de reuniões, pedidos de licenciamento, entre outros” tentando sempre evitar que o cidadão tenha que se deslocar propositadamente à autarquia para tratar destes e outros assuntos.

A eficiência e a eficácia da comunicação do município durante a pandemia é notória, o que tem trazido à Nazaré inúmeros feitos.

Com visão sobre esta eficiência na comunicação, uma das apostas internas do executivo da Nazaré foi “colocar o ativo informático digital, que não era utilizado, a ser utilizado internamente pelos serviços”.

No mundo, a comunicação passa muito por “agigantar e promover a Nazaré dedicando-se às praias do norte e o fenómeno associado (onda gigante)” reafirmou Walter Chicharro.

Começaram por capacitar o gabinete de comunicação da estrutura municipal com a contratação de meios humanos e materiais, o que lhe permitiu ter conteúdo rico e com grande qualidade.

“Conseguimos transmitir ondas gigantes live!”

O plano de eventos é também vasto desde os eventos de surf aos eventos de andebol de praia, todos esses eventos fomentam a notoriedade e visibilidade internacional da Nazaré.

Em jeito de conclusão, lembrou-nos que “na Nazaré trabalha-se por um impacto gigante, muito superior ao da onda, como tal, houve uma grande aposta no site e toda a sua imagem, bem como nas redes sociais.

 

Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães

Sem se envolver a comunidade nos grandes objetivos da autarquia, não se consegue nada”, fincou Domingos Bragançana sua participação neste painel de abertura.

A missão é: comunicar!

Comunicar, cada cidadão tem que se sentir parte desta missão”, afirmou o orador.

No que toca à transformação digital, Domingos Bragança reiterou que “as autarquias têm que fazer essa transformação, não só nos processos internos de resposta, como devem, também, ser referência para todo o mundo social e económico do município”.

A autarquia vimaranense desenvolveu um observatório para conseguir acompanhar e monitorizar essa transformação de perto.

O digital, torna os processos mais produtivos e provoca uma transformação social, sendo muito menos predadores para os Recursos Humanos”, relativamente aos processos convencionais, atestou o Presidente da CM Guimarães.

E como combater a aliteracia digital?

As autarquias devem intervir na comunidade a partir do ambiente escolar. A “capacitação dos jovens e dos menos jovens” é algo que Domingos Bragança reforçou a importância.

As autarquias não se podem esquecer que esta intervenção deve ser feita diretamente em todos os níveis de literacia, mas, também, fora deles, no setor social da comunidade.

Não há idade para aprender”, sublinhou o orador.

Por fim, Domingos Bragança terminou a sua participação e fechou este painel deixando a ideia de que “as ferramentas digitais, aliadas à educação e à cultura tornam cada cidadão providos de grande sensibilidade para cada momento da relação social. O que resulta numa boa sociedade”.

 

 

Neste primeiro painel do 4.º Autarquias do Futuro, relembramos da importância e necessidade crescente de ouvirmos, partilharmos e arriscarmos em ações como esta que fomentam aquele que é o objetivo universal: promoção de boas práticas de cidadania!

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