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2022/05/30

O desafio da evolução da comunicação

A essência da comunicação para nos fazermos entender e sermos entendidos.

O segundo painel do dia do “4.º Autarquias do Futuro“ foi dedicado a Comunicação.

Este painel contou com a participação de vereador Paulo Lopes Silva de Guimarães, o vereador Miguel Abrunhosa do município de Bragança, o presidente do município de Caminha, Miguel Alves, Conceição Meirinho e Hélder Ferreira do município do Mogadouro. A moderação esteve a cargo de André Silva da WireMaze.

A comunicação autárquica tem assumido um papel essencial junto dos cidadãos para divulgação de informações.

Os oradores deste painel mencionaram várias faces da comunicação feita pelas suas respetivas autarquias e a importância que estas têm para uma melhor relação com o cidadão.

 

Paulo Lopes Silva, vereador do Município de Guimarães

Paulo Lopes Silva transmitiu que Guimarães procurou alicerçar a sua visibilidade internacional num conjunto de projetos estratégicos, capazes de potenciar processos de regeneração urbana, valorização do património histórico e potenciação do tecido de indústrias criativas.

Do ponto de vista da comunicação o município de Guimarães apresenta vários pontos de ação nos quais se pretende debruçar permanentemente, entre o orador deu enfâse à comunicação turística, com o objetivo de valorizar o património histórico edificado.

Outras linhas de ação referidas foram a comunicação institucional, cultural e com o munícipe.
O objetivo da autarquia passa por comunicar estas dimensões tentando interligá-las.

“Um território que se torna atrativo tem que comunicar para quem visita numa perspetiva sempre muito criativa dessa abordagem” afirmou Paulo Lopes.

A comunicação é essencial para potenciar o território e o seu crescimento.

O usufruto histórico-cultural e preservação da sua autenticidade, regeneração urbana e a potenciação económica do património cultural e rural são os objetivos principais para a valorização do território.

Através dos canais de comunicação utilizados (site, aplicação móvel e quiosques multimédia interativos) é possível consultar informações, planear, visitar e descobrir Guimarães.

Do ponto de vista da comunicação cultural o objetivo da autarquia passa pela programação e ativação de equipamentos culturais. Uma das ferramentas utilizadas pela autarquia é um site que se encontra ao dispor do público.

“Aquilo que pretendemos é mostrar aquilo que acontece em Guimarães. Mostramos a forte oferta cultural e artística que o território tem.”

Para o vereador a comunicação com munícipe assenta nos valores da inovação e transformação digital, como resposta à evolução das novas tecnologias.

O município apresenta várias ferramentas que revolucionaram a forma de interagir com o cidadão dando enfâse a ferramentas de inclusão e integração.

Em termos de comunicação institucional Paulo Lopes reforçou a importância de dar a conhecer aquilo que se faz como forma de se aproximar do cidadão. Através das plataformas habituais como o site do município, redes sociais e app móvel.

Em jeito de conclusão afirmou que “Comunicar Guimarães é o desafio de aliar a memória e o património, à contemporaneidade e a uma cidade jovem, moderna e criativa.”

 

Miguel Alves, Presidente do Município de Caminha

“Ucranianos: Caminhenses como nós” foi o tema abordado pelo presidente do município de Caminha, Miguel Alves.

O orador falou da importância da adaptação da comunicação aos tempos que vivemos, dando foco ao apoio dado pelo município aos ucranianos que fugiram da guerra e que em Caminha foram acolhidos de braços abertos.

“É para esses munícipes que vivem na sombra que estamos a encontrar soluções” afirmou Miguel Alves.

O concelho de Caminha acolheu as primeiras famílias de ucranianos a 6 de março. Até ao momento são 77 cidadãos ucranianos, sendo que este é um número que está sempre em constante evolução.

Destas pessoas acolhidas 56 são adultos dos quais, 11 já se encontram a trabalhar, 8 têm idade da reforma e 1 é portadora de incapacidade. 36 não estão a trabalhar.

São 21 crianças das quais 14 já estão integradas em meio escolar e 7 estão no sistema de ensino ucraniano, através do ensino à distância.

O município providenciou a estes cidadãos acompanhamento na área do apoio social, da saúde, das necessidades básicas e ainda atividades de lazer.

Apesar do apoio dado por Caminha a estes cidadãos, para Miguel Alves o maior desafio encontrado é a comunicação com os cidadãos ucranianos consequência do entrave linguístico. “Torna-se uma dificuldade acompanhar o ritmo das necessidades de comunicação de toda a comunidade.”

Para solucionar este desafio encontrado o município de Caminha criou em parceria com a WireMaze um micro website através do site do município como resposta aos seus objetivos.

“O micro website tem destaque na nossa página, com ligações fáceis e em ucraniano, para uma maior acessibilidade” sublinhou o orador.

A plataforma apresenta informações essenciais sobre o município, a agenda cultural, o horário de funcionamento dos serviços, a atividade das escolas e entre outras. O micro site está em constante melhoria indo à procura daquilo que os cidadãos necessitam.

“Comunicamos para integrar e comunicamos para eles se integrem” colmatou Miguel Alves.

Por fim, integrado com o que foi mencionado pelo orador, foi ainda referido o papel fundamental dos meios digitais para comunicação com os cidadãos.

“É importante não desvalorizar em vários contextos aquilo que é processo de digitalização e de mediação destas novas tecnologias no reforço do nosso papel.”

 

Miguel Abrunhosa, Vereador do Município de Bragança

Após uma breve apresentação sobre o território de Bragança e suas principais características Miguel Abrunhosa colocou em cima da mesa uma questão essencial que afetou muitas autarquias nos últimos 3 anos. “Covid 19. E agora?”

O orador referiu que não estávamos preparados para o sucedido e que apesar das diversas estratégias de atuação apresentadas pelas autarquias fomos confrontados com grandes constrangimentos que surgiram em diferentes dimensões, dando foco aos desafios encontrados na comunicação.

Uma das soluções referidas pelo município de Bragança para fazer face a estes desafios foi a criação de uma campanha de comunicação e marketing territorial.

Esta campanha foi desenhada, estruturada e implementada como forma de tirar proveito das oportunidades encontradas nas adversidades de uma pandemia.

“Entendemos que em termos turísticos teríamos uma panóplia de oportunidades que através de uma comunicação eficaz para os diferentes públicos-alvo poderia trazer retorno para o território” afirmou o orador.

Numa primeira fase, o município focou o seu target no público nacional, dando primazia à qualidade. O objetivo principal foi criar uma estratégia para impulsionar a economia local, garantindo a maior segurança sanitária para os turistas e locais.

“Definimos dois grandes objetivos, promover a qualidade do turismo com os diferentes agentes turísticos e o aumento da estada média” sublinhou Miguel Abrunhosa. 

Algumas das estratégias de comunicação realizadas pela autarquia para a promoção da campanha foram a criação do portal online “Visit Bragança”, realização de um vídeo promocional do território, criação de um novo guia turístico e reformulação de materiais promocionais e entre outros.

Os resultados desta campanha tiveram um impacto bastante positivo sendo que esta campanha levou a que houvesse um aumento da estadia média, novos fluxos turísticos nacionais, um maior retorno para a economia local e ainda uma maior fidelização dos turistas nacionais.

Miguel Abrunhosa referiu brevemente outra campanha de sucesso feita pelo município como forma de conclusão da sua apresentação.

Da adversidade a oportunidade, um exemplo de sucesso relatado pelo vereador de Bragança.

 

Conceição Meirinho e Hélder Ferreira, Município do Mogadouro

“A comunicação organizacional, área onde se enquadra a comunicação autárquica, é indispensável para a comunicação com os públicos internos e externos.” Afirmou Conceição Meirinho, arrancando assim a sua apresentação.

Conceição Meirinho e Hélder Ferreira atestaram que a comunicação autárquica do município do Mogadouro está em processo de desenvolvimento, sendo que existem muitas perspetivas positivas para o futuro e estratégias a ser implementadas.

A oradora apresentou algumas das estratégias a ser implementadas e referiu que são vários os passos a ser dados para a implementação de uma estratégia de comunicação.

Dando enfâse ao site da autarquia, este deve ter foco em três pontos essenciais: comunicação, gestão de serviços públicos e transparência.

“A comunicação deve ser clara, concisa e correta” afirmou Conceição Meirinho.

Um dos maiores desafios encontrados pelo município é o combate à iliteracia digital, visto que existem vários cidadãos que ainda não têm os conhecimentos necessários para utilizar agilmente os recursos oferecidos.

A solução? Adquirir recursos que sejam capazes de servir aqueles que têm mais conhecimentos e também aqueles que têm mais dificuldade em utilizar estas ferramentas.

Segundo Hélder Ferreira a estratégia passa por “criar uma plataforma que seja eficiente e que responda às nossas necessidades, trazendo resultados.”

Na vertente da comunicação, é necessário ter em atenção vários fatores. O utilizador deve sentir-se informado e atraído pela estratégia adotada. Do ponto de vista do serviço público, o cidadão deve sentir que encontra uma resposta acessível e clara para as suas necessidades.

De um ponto de vista político, é absolutamente fundamental que as ferramentas e métodos de comunicação utilizados criem no público uma sensação de confiança e satisfação.

“Devemos oferecer uma alternativa ágil e eficaz para aceder aos serviços, no que diz respeito às questões da transparência” sublinhou a oradora.

E no que diz respeito às plataformas digitais para a comunicação online quais escolher?

Esta é uma questão levantada que segundo Hélder Ferreira é preciso perceber onde é que o nosso público-alvo se encontra e de que forma queremos comunicar com eles. É necessário correlacionar estes fatores com a questão de como a autarquia quer comunicar com o cidadão.

Os oradores referiram durante a sua apresentação que é necessário ter em atenção alguns dos erros principais encontrados durante a implementação destas estratégias.

É preciso de ter em atenção a definição de objetivos da instituição, a falta de envolvimento de parceiros externos, falta de confiança no processo, a desorganização interna dos serviços e o conhecimento das necessidades do público-alvo.

E após a implementação das estratégias de comunicação? É preciso medir os resultados que a autarquia pretende ter.

“É necessário estabelecer indicadores de resultados, pois aquilo que nós não medimos não controlamos e aquilo que não controlamos não gerimos” colmataram os oradores.

Todo este processo deve ser simplificado, mas bem estruturado porque “Quando melhoramos a nossa comunicação, melhoramos os nossos resultados” concluiram assim Hélder Ferreira e Conceição Meirinho.

 

Muitos foram os momentos de aprendizagem e de exemplos de experiências partilhadas neste painel do Autarquias do Futuro que levaram estas quatro autarquias a evoluir e se adaptar aos dias de hoje.

É imprescindível sabermos comunicar de forma bem pensada e estruturada para estarmos cada vez mais próximos do cidadão.

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