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2022/05/16

Resumo de 2 dias intensos de "Autarquias do Futuro"

Fique a conhecer inúmeras formas de combater o princípio de “sempre se fez assim”.

Nos dias 10 e 11 de maio cerca de 300 técnicos e eleitos autárquicos, presencialmente e online participaram no “Autarquias do Futuro” partilhando experiências na transformação digital e modernização administrativa das autarquias de norte a sul do país.

32 oradores enriqueceram os 8 painéis com boas práticas e visões adequadas a contextos tão diferentes como Lisboa e Alfândega da Fé.

Esta 4ª edição do “Autarquias do Futuro” decorreu no Centro Cultural de Vila Flor e contou com a colaboração da Câmara Municipal de Guimarães.

Organizado no âmbito da WireAcademy este seminário tem como principal objetivo reunir autarquias em torno de áreas de interesse comum e criar locais de partilha de conhecimentos, exemplos e boas práticas.

Na WireMaze trabalhamos afincadamente todos os dias para ajudar mais de 160 autarquias, com o objetivo de melhorar a nossa sociedade, promovendo a cidadania. A WireAcademy é uma iniciativa fundamental deste propósito.

Começamos o primeiro dia da melhor forma possível com o painel de Abertura, no qual contamos com a participação dos presidentes dos municípios de Guimarães, Domingos Bragança, de Miranda do Douro, Helena Barril, o presidente da câmara da Nazaré, Walter Chicharro, bem como o vice-presidente do conselho diretivo da ANAFRE e presidente da junta de freguesia da Estrela, Luís Newton.

Um painel muito dedicado à visão e ao futuro da administração pública, dando foco a temas como as relações entre autarquias e cidadãos pós pandemia e como superar os desafios com as mudanças. Tudo isto baseado nos grandes pilares da nossa democracia: comunicação, transparência e participação.

Para Luís Newton, Vice-presidente ANAFRE “A nossa missão enquanto autarcas, e a missão que acredito que todos devem inevitavelmente prosseguir, é a utilização da inovação aliada ao conhecimento da própria organização e à forma como esta pode e deve evoluir para servir a comunidade.”

O segundo painel do dia foi dedicado a Comunicação, tendo como oradores o vereador Paulo Lopes Silva de Guimarães, o vereador Miguel Abrunhosa do município de Bragança, o presidente da autarquia de Caminha, Miguel Alves e Conceição Meirinho e Hélder Ferreira do município de Mogadouro.

Foram abordadas várias facetas da comunicação feita pelas diferentes autarquias, oportunidades e desafios, partilha de boas práticas, ferramentas para uma melhor comunicação e ainda a importância da comunicação com o cidadão nos dias de hoje.

Conceição Meirinho, CM Mogadouro afirmou “A comunicação organizacional, área onde se enquadra a comunicação autárquica, é indispensável para a comunicação com os públicos internos e externos.”

Após o almoço, iniciou-se o painel Transparência. Pedro Oliveira Brás, presidente da UF Massamá e Monte Abraão (UFMMA), António Alves do município de Murça, a vereadora Cristina Tavares de Ponta Delgada e a vice-presidente Maria Manuel de Alfândega da Fé abordaram a importância da transparência nas autarquias para uma maior proximidade com o cidadão.

Neste painel falou-se das imposições legais da transparência nas autarquias e o acesso à informação de forma clara e simples. Foram ainda abordadas, formas relevantes de levar as informações ao público que não tem acesso aos meios digitais. É essencial ser transparente e verdadeiro nas informações que se passam para o cidadão.

“Se nós formos transparentes, se formos claros na comunicação que fazemos uns com os outros, só teremos ganhos. Quer nos níveis de confiança, quer em relações mais próximas, quer no próprio clima interno dentro da organização que se faz sem desinformação - que é um grande entrave nos organismos públicos." Afirmou Cristina Tavares de Ponta Delgada

O primeiro dia terminou com o painel dedicado a Smart Cities, contando com a presença de Ricardo Machado do município de Guimarães, Paula Ribeiro do Museu Marítimo de Ílhavo, Marco Teixeira (como técnico independente) e José Matos da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro.

As Smart Cities estão a evoluir com rapidez, utilizando uma panóplia de recursos tecnológicos e financeiros. Novas funcionalidades ao serviço do cidadão, redes digitais para interligar pessoas e regiões, transformação a nível económico das cidades e maior conectividade e interação, foram alguns dos tópicos abordados nesta sessão.

Segundo Ricardo Machado, de Guimarães “Uma cidade inteligente é um espaço urbano em rede, que usa as tecnologias de informação como um meio. A tecnologia não é um todo, mas sim, um meio para atingir um fim.”

Para Marco Teixeira “Existe uma grande semelhança entre o corpo humano e as cidades inteligentes. O cérebro, os sentidos e o corpo são exatamente aquilo que nós conseguimos comparar a uma cidade inteligente.”

 

O segundo dia iniciou-se com o painel Visão. Foram oradores desta sessão, o vice-presidente da câmara municipal de Ponte de Lima Paulo Sousa, o professor catedrático Luís Borges Gouveia da Universidade Fernando Pessoa e Nuno Cunha, da associação de municípios Quadrilátero Urbano.

O painel foi capaz de nos dar uma visão heterogénea e abrangente da transformação digital a nível mundial, regional e local. Um processo onde a comunicação, o envolvimento dos intervenientes e a gestão da mudança são essenciais para se manter o foco no cidadão.

Nuno Cunha do Quadrilátero, diz que “Para que o propósito de uma organização seja consistente e constante ao longo do tempo são necessários valores duradouros e conhecidos por toda a organização.”

O painel Employee Engagement contou com a participação dos municípios da Maia, Lisboa e Amadora, por Marisa Neves, Elsa Viegas, Ricardo Simões respetivamente, bem como Noel Gomes da sociedade de advogados PRA.

Este painel abordou várias vertentes do tema. Desde aprimorar a gestão de reuniões municipais, à criação de confiança com os trabalhadores através de uma boa comunicação interna e mecanismos de participação, entre os quais orçamento participativo, ou a aposta na desmaterialização dos processos e na transparência dos mesmos, até numa vertente mais jurídica, foi abordada a implementação da nova lei do regime de proteção de denunciantes que entra em vigor em junho de 2022.

Segundo Elsa Viegas, da Câmara Municipal de Lisboa, “A área da gestão de recursos humanos é uma área que apresenta uma carga administrativa muito grande. Temos muitos trabalhadores, sendo um número importante para um bom serviço à cidade. É exigido de nós um empenho muito grande e redobrado para encontrar soluções que façam com que a dimensão do território seja atenuada.”

A tarde do segundo dia iniciou com o painel Citizen Centric. Os oradores desta sessão foram César Silva da WireMaze, Verónica Gomes e Hélder Silva do município de Albergaria-a-Velha, Agostinho Soares do município de Amarante e o vereador da câmara municipal da Póvoa de Varzim, Luís Ramos.

Os oradores deste painel falaram de temas como a comunicação com o cidadão, serviços online, atendimento, apps, desmaterialização de processos e ainda as suas experiências nas autarquias.

César Silva deu ênfase ao Município 4.0 necessário na sociedade líquida em que vivemos. Trabalhar as estratégias dentro da autarquia, identificando o perfil do munícipe e como resolver as suas questões adequando às suas características, entender as suas nuances, os seus anseios e inseguranças são alguns dos pontos fulcrais que um município deve ter em atenção para uma boa gestão.

Luís Ramos, da Póvoa de Varzim, afirmou que “É necessário combater a iliteracia digital e incentivar os municípios a usar mais as ferramentas digitais.”

Como painel de fecho do “Autarquias do Futuro” tivemos o painel Participação. Aqui, Graciela Figueiredo e a vereadora Paula Coutinho do município de Sever do Vouga, Pedro Tavares do município de Lagoa - Açores e Pedro Brás da UFMMA partilharam as suas experiências enquadradas no tema.

Na sessão foram aprofundadas práticas distintas de participação pública, com foco em estratégias de como fazer o cidadão participar na comunidade e na sociedade. Uma das ferramentas mais faladas foi o orçamento participativo, sendo esta transversal a todos os cidadãos nas mais diversas áreas de atuação.

“Se nós queremos resultados diferentes, temos que pensar de forma diferente e agir de forma diferente, acabando por se tornar um ciclo.” colmata Pedro Tavares, Lagoa

Foram dois dias incríveis!

Repletos de partilha de conhecimentos e de novas formas de trabalhar em prol da sociedade.

Queremos agradecer a todos os participantes e em particular aos oradores pelas partilhas e conhecimento que nos transmitiram!

A participação e intervenção de todos foi muito importante para uma experiência enriquecedora e imersiva.

Esperamos voltar a encontrar-nos nos próximos eventos da WireAcademy.