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Pensar em acessibilidade é um ato de cidadania

Quando refletimos sobre o termo acessibilidade, associamos de imediato a pessoas que possuem alguma deficiência física. No entanto, no mundo digital, o termo acessibilidade ganha um novo significado.
Existe um número significativo de pessoas com incapacidades audiovisuais a nível mundial. Contudo, é preciso considerar que há cidadãos que também não possuem familiaridade com as novas tecnologias, e isso é uma grande falha na inclusão social.
A acessibilidade na web e nas aplicações móveis de organismos do setor público rege-se pelo Decreto-Lei n.º 83/2018 transpondo a Diretiva (UE) 2016/2021.
Isto significa que cada vez mais é importante ter a atenção aos pormenores que fazem toda a diferença no acesso dos cidadãos aos canais das autarquias.
A wireAcademy realizou o seu 23.º Workshop com o tema Acessibilidade: Oportunidades e Desafios. O foco desta conversa foi, justamente, refletir sobre os impactos de ações que promovam o bom acesso e uso de ferramentas dentro dos canais autárquicos.
O evento contou com a participação de oradores cuja experiência reflete as questões fundamentais acerca deste tema tão relevante.
- Engº António Alves, Chefe de Divisão de Tecnologias de Informática e Comunicações da Câmara Municipal de Murça;
- Vítor Carvalho, Web Designer e Evangelista de Acessibilidade na Universidade do Porto;
- Marisa Pinto, Designer e responsável pela área de User Experience da WireMaze.
António Alves relembrou que o município de Murça alcançou o 2.º lugar do ranking geral do IPIC – Índice de Presença na Internet das Câmaras Municipais de 2019. Durante a conversa, sublinhou a grande necessidade de investimento de recursos em acessibilidade para o bem-estar dos cidadãos.
“Este é o início de um longo caminho a ser percorrido. Ainda é preciso considerar ferramentas mais adaptáveis e insistir na inovação em prol do cidadão”, assegurou.
Por sua vez, Vítor Carvalho contou a sua experiência referente a presença web no ecossistema da Universidade do Porto, como a implementação do sistema SIGARRA. Segundo ele, a criação da plataforma permitiu simplificar o trabalho burocrático tanto para funcionários da UP, como também o acesso dos alunos.
“Nós, enquanto sociedade, temos de perceber as necessidades destas pessoas e trabalhar para melhorar a sua experiência online. É preciso incluir as pessoas com deficiências nos processos para que elas possam avaliar se a acessibilidade de fato corresponde às expectativas”, aconselhou.
Por fim, Marisa Pinto compartilhou a sua visão criativa, cujo foco é sempre a experiência do utilizador. A sua atenção ao detalhe trouxe uma mais-valia para os sites institucionais e de turismo das instituições públicas portuguesas.
Segundo a oradora, pensar em acessibilidade não é só para pessoas com qualquer tipo de incapacidade, mas sim para todos os cidadãos. “Temos que nos colocar no lugar do outro, praticar empatia e ter senso de inclusão social”, garantiu. Estes são os pilares necessários para o desenvolvimento das plataformas digitais hoje.
Marisa referiu ainda algumas dicas de como tornar os sites mais acessíveis, ou user friendly, como:
- Repensar a estratégia de navegação dos sites, para facilitar os acessos;
- Construir textos de forma clara e objetiva (além da linguagem inclusiva e de textos alternativos);
- Planear um design agradável (cores, imagens, tamanhos, fontes);
- Ter a atenção a qualquer tipo de pormenor que possa dificultar a leitura ou acesso do cidadão.
Estes foram só alguns dos tópicos que surgiram durante a nossa conversa matinal. O 23.º workshop foi uma experiência interessante, repleta de trocas de conhecimentos relevantes acerca da acessibilidade.
A wireAcademy é o programa de disseminação de boas práticas da WireMaze, um espaço único com a missão de partilha de conhecimentos e experiências. Direcionado a técnicos e eleitos autárquicos que trabalham diariamente em prol de uma sociedade melhor.
Esperamos vê-lo no nosso próximo evento!