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Acessibilidade: um bicho que não tem 7 cabeças!

Vamos desmistificar este assunto para que possa aplicar as normas de acessibilidade na sua instituição e estar ainda mais próximo dos seus cidadãos.
Num mundo onde as tecnologias são as mais avançadas possíveis, onde digitalmente se pode atingir milhares de pessoas ao mesmo tempo, e onde todos estão conectados, é imprescindível conseguir fazer chegar a nossa mensagem ao nosso público desejado.
E como sociedade, não podemos deixar de incluir nessas audiências as pessoas com os diferentes graus de deficiência, seja ela visuais, auditivas, da fala, motoras ou cognitivas.
Pensar em acessibilidade é mais do que um dever cívico. É um ato de empatia pela qual todos deveriam considerar ao delinear os seus conteúdos online. No caso das instituições públicas, esta etapa é ainda mais importante e fundamental.
As adaptações para a acessibilidade vão muito além do que podemos fazer no mundo físico, como colocar rampas de acesso em edifícios, ou textos em braile, ou então um intérprete da Língua Gestual. Fazemos estas adaptações para justamente facilitar o acesso destas pessoas com necessidades especiais ao que precisam no momento.
O mesmo se aplica ao desenvolvimento de um site!
Criar um site acessível implica investigação, conhecimento e muita experiência. Na WireMaze vimos fazendo este caminho há vários anos, dado que a acessibilidade é uma preocupação (e uma obrigatoriedade legal, com multas que podem variar entre os 14100€ e os 21150€) para uma parte significativa dos utilizadores.
Se as instituições públicas têm como missão primordial estar sempre ao lado dos seus cidadãos e resolver as suas questões o mais rápido possível, não se pode deixar de lado parcelas tão significativas da sociedade. Afinal:
- Em Portugal, cerca de 2% da população é cega ou surda e 10% têm algum tipo de deficiência visual (a língua materna dos surdos é a Língua Gestual, pelo que a compreensão de um texto escrito pode não ser completa);
- Para além disto, 23% dos portugueses tem acima de 65 anos e 5% é a taxa de analfabetismo da população portuguesa (o que condiciona o seu acesso aos sites e aplicações móveis).
Pensando nisto, este artigo tem como missão desmistificar o tema da acessibilidade, e mostrar que de facto ela não precisa de ser encarada como um bicho terrível de 7 cabeças a ser vencido.
Separamos algumas dicas de como organizar uma estratégia prática e útil para delinear a acessibilidade do seu site e estar assim mais perto do seu cidadão.
1. Empatia
Colocar-se no lugar do outro é exercício muito importante. Tentar perceber quais são as inúmeras dificuldades dos portadores de deficiência e trabalhar em soluções que possam ajudar na sua experiência com os sites é um ótimo primeiro passo.
A palavra-chave aqui é empatia. É preciso fomentar este sentimento na equipa responsável pela atualização do site, para que a manutenção da acessibilidade não seja apenas considerada um trabalho necessário por requisitos legais ou de manutenção de um Selo, mas sim uma obrigação moral, o que torna desde logo as tarefas mais naturais e agradáveis de concretizar.
2. Validação frequente
É essencial que valide tecnicamente o seu site com frequência através do validador oficial da AMA, sempre que introduzir ou editar conteúdos existentes. O validador sofre atualizações frequentes e apenas abarca de forma automática cerca de 30% das boas práticas, as restantes 70% requerem validação manual.
3. Obrigações legais
Aqui reunimos em tópicos as diversas áreas nas quais é necessária atenção redobrada ao aplicar critérios de acessibilidade. Cada ponto precisa de ser trabalhado em conjunto, para que todo o sistema opere de forma fluida e, efetivamente, se garanta acessibilidade de uma ponta a outra.
Imagens
Cada imagem deve ter um “alt”(texto alternativo) correto, que descreva a imagem até 100 carateres.
Documentos
Não podem ser imagens (exemplo: documentos digitalizados), devem estar em formato de texto legível por leitores de ecrã. Dica: se necessitar de introduzir documentos digitalizados, antes de os inserir no seu site poderá aplicar OCR nos mesmos, de forma a transformá-los em texto.
Vídeo e Áudio
Terão de conter legendas ou em alternativa, uma descrição textual juntamente com cada ficheiro áudio ou vídeo.
Gráficos
Cada gráfico de dados que introduzir no seu site deverá ser acompanhado pela respetiva tabela que lhe deu origem.
Tabelas
Deverão estar construídas de acordo com as regras de acessibilidade (as células que constituem os cabeçalhos da tabela deverão estar marcadas com o elemento <th> e a legenda da tabela deverá estar marcada com o elemento <caption>).
Marcação de títulos
Deverá ser organizada, utilizando os headings (cabeçalhos) de forma hierárquica (exemplo: heading 2 > texto > heading 3 > texto).
Cores
Devem respeitar os rácios de contraste definidos, pelo que se introduzir ou editar conteúdos e pretender alterar a sua cor fora do espectro de cores pré-definidas para o seu site, deverá assegurar que o rácio de contraste entre a cor do texto menor que 18 pontos ou menor que 14 pontos negrito e a cor do fundo é superior a 4,5:1 e que entre a cor do texto de tamanho maior ou igual a 18 pontos ou maior ou igual a 14 pontos negrito e a cor do fundo é superior a 3:1.
Código correto
Não poderá introduzir elementos HTML obsoletos. Nesta página encontram-se listados todos os elementos obsoletos e que não podem ser utilizados, sob pena de o site se tornar Não Acessível.
Acessibilidade de plugins externos
Se incluir um plugin externo no seu site, deverá confirmar que o mesmo é acessível (tecnicamente, no validador oficial), de forma a manter o bom nível de acessibilidade do seu site.
Periodicidade da avaliação e relatório
No momento do lançamento de um novo site e após isso, com periodicidade mínima anual. O relatório (Declaração de Acessibilidade) deve estar disponível publicamente no seu site.
Recomendamos ainda a consulta destas informações adicionais por forma a complementar o seu conhecimento sobre este tema:
- https://dre.pt/dre/detalhe/decreto-lei/83-2018-116734769
- https://selo.usabilidade.gov.pt/
- https://amagovpt.github.io/kit-selo/
4. Selos de Acessibilidade e Usabilidade
O Selo de Usabilidade e Acessibilidade, introduzido pela AMA em 2019, nas suas variantes Bronze, Prata e Ouro, não se afigura como uma obrigatoriedade legal, mas sim como um reconhecimento de excelência.
Cada um dos selos é composto por vários requisitos que o site deve cumprir para poder obter e manter o respetivo selo (a reavaliação dos sites que obtiveram um Selo é feita anualmente, pelo que se não houver o cuidado de manter as boas práticas, é possível perder o reconhecimento).
Selo “Bronze
Estrutura de navegação: Nenhum nível de navegação deverá ter mais de 9 opções, pelo que quando acrescentar ou reordenar páginas deverá assegurar este ponto.
Termos complexos: A linguagem clara é também parte integrante de um site acessível, pelo que estes deverão ter uma definição agregada, que poderá ser conseguida através de uma página de glossário.
Páginas longas: Em páginas com mais de 3 ecrãs, deverá construir as mesmas com módulos diferenciados (e não num único artigo, por exemplo), de forma a poder construir um pequeno menu de âncoras para cada conteúdo da página.
Selo “Prata”
Formulários: Caso tenham mais de 2 ecrãs de altura, devem ser distribuídos por várias páginas.
Deverá também assegurar que as labels (legendas indicativas) dos campos são breves e claras (exemplo: “E-mail” em vez de “Caixa de Correio Eletrónico”).
5. Exemplos a seguir
A WireMaze disponibiliza com os seus sites um Manual de Boas Práticas, que apresenta um resumo das mesmas ao nível da manutenção da acessibilidade nos seus sites, tanto no que toca às imposições legais, como dos Selos de Usabilidade e Acessibilidade e também um conjunto de boas práticas gerais.
A seguir também listamos algumas instituições públicas que fizeram este esforço e hoje trabalham a acessibilidade internamente em prol do cidadão. Eles estão no TOP 10 do ranking do Observatório Português de Acessibilidade na Web:
- Câmara Municipal de Nazaré;
- Câmara Municipal de Vila Franca de Xira;
- Câmara Municipal de Ílhavo;
- Câmara Municipal de Alvaiázere;
- Câmara Municipal de Matosinhos;
Faça como estes e muitas outras autarquias. Conte connosco para ajudar neste processo!
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