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2021/05/13

Comunicação: como fazer e para quem? 3 Autarquias explicam...

No dia 27 de abril, realizou-se mais uma sessão online do 3.º Autarquias do Futuro. Workshop Nacional, organizado pela WireAcademy que teve como tema a Comunicação.

A sessão contou com um painel de 4 oradores especializados nesta área de atuação, onde 150 técnicos e eleitos autárquicos de Portugal Continental e Ilhas, assistiram à partilha das suas experiências no terreno.

O arranque desta sessão foi dado pela Célia Marques, Presidente da Câmara Municipal de Alvaiázere, com “Alvaiázere +: ecossistema vivo e empreendedor”.

A Presidente apresentou a estratégia da autarquia e afirmou a importância de comunicar com a população. Sendo um município pequeno e de baixa densidade, referiu que “O digital não é tudo, porque percebemos que não conseguíamos chegar precisamente à nossa população mais idosa.”

A estratégia escolhida pela autarquia passa por utilizar o “Info-mail”, envio de uma carta do município em conjunto com a fatura da água. Além desta, mais formatos são utilizados, como, por exemplo, recorrer ao jornal e rádio local, bem como a mensagem no final da Eucaristia na paróquia.

Contudo, a estratégia principal passa pelo reforço dos meios digitais, com a reformulação do site institucional do município com a implementação de atendimento e marcação online.

A Presidente da autarquia, enfatizou que num município comunicar não deve ser propaganda. É obrigatório escrutinar a informação e analisar o que é feito, é em prol dos cidadãos.

De seguida, tivemos a participação de António Alves, Chefe de Divisão de Tecnologias de Informática e Comunicações do Município de Murça, onde abordou “O Impacto da Presença Digital”.

A autarquia de Murça tem o site mais premiado de Portugal e Ilhas:

  • 1º lugar no IPIC (Índice de Presença na Internet das Câmaras Municipais) de 2016;
  • 2º lugar no IPIC de 2019;
  • 4 menções honrosas no IPIC de 2019.

Esta forte presença digital, bem como todo o trabalho desenvolvido na modernização administrativa, é salientada por António Alves. Graças ao empenho e dedicação contínua da sua equipa e do executivo. Em prol de privilegiar a comunicação com todos os utilizadores. Seja pelo site, seja pela aplicação móvel “Murça em Rede”.

Uma das maiores conquistas foi a atribuição em finais de 2020 do primeiro “Selo de Usabilidade e Acessibilidade” pela AMA. O site do Município de Murça atingiu assim o Selo de Prata, único em Portugal.

De seguida, tivemos a intervenção de Miguel de Oliveira, Tesoureiro e Responsável pela Comunicação da Junta de Freguesia de Ermesinde.

Com uma população de 45 mil eleitores, Miguel de Oliveira frisa que comunicar é um desafio constante.

A modernização e diversificação de meios e recurso às redes sociais são pontos fulcrais, mas a infoexclusão de alguns cidadãos, para uma comunicação mais equilibrada.

A aposta na comunicação online resultou num site responsivo com acesso direto a todos os serviços da Junta de Freguesia. Refere ainda, que em breve os fregueses de Ermesinde, irão dispor destes serviços, através de uma “Secretaria Digital” e com atendimento online.

São “novos tempos, novas necessidades” diz Miguel, pelo que “é importante comunicar e bem, para reduzir a poluição da comunicação global”, enaltecendo mais uma vez o espaço criado pela WireAcademy para a partilha de boas experiências praticadas nas autarquias locais.

Para terminar o painel de oradores convidados, tivemos o prazer de ouvir Dr. Pedro Coelho dos Santos, Especialista em Comunicação de Crise, com uma apresentação sobre “Gestão de Crise Mediática”.

Dr. Pedro Santos enveredou desde cedo na temática da comunicação, construindo um vasto currículo nesta sua grande paixão.

Afirma que a comunicação é uma ciência e existem vários níveis de crise e de resposta associada.

Realça que comunicar é diferente de assessoria de imprensa, sendo conceitos que não se devem equivocar.

As crises mediáticas acontecem sempre e refere que, inevitavelmente, as autarquias estão expostas a muitos destes problemas. Estas podem surgir de forma inesperada e que nem sempre as autarquias conseguem controlar.

Ao longo da sua experiência, partilha que as crises mediáticas aparecem de surpresa e têm uma característica muito aborrecida: surgem sempre a uma sexta-feira à tarde, quando grande parte das autarquias já estão num momento de relaxamento.

Todavia, dada a sua experiência, é fundamental gerir a “reação de pânico”, com um processo bem pensado e estruturado junto de um bom porta-voz.

Na sua opinião, as autarquias devem possuir “…verdadeiros técnicos de comunicação, com experiência nesta área”. Assim estarão preparadas para qualquer situação de crise mediática.

No espaço de discussão, entre oradores e participantes, foi notório o interesse da plateia em conhecer mais detalhes de como comunicar em tempos de crise. Partilharam-se conselhos de boas práticas sobre gestão mediática de crises e sua adequação em termos de comunicação.

A comunicação institucional das autarquias locais deve ser bem pensada e estruturada. Desde o emissor, à mensagem e seu meio de transmissão, bem como as estratégias de chegar aos vários destinatários com o conteúdo pretendido.

O 3.º Autarquias do Futuro, um espaço recheado de partilha de conhecimento e experiências, vê que o feedback dos participantes tem sido bastante positivo. Estamos a uma semana do seu término, os próximos painéis dedicam-se ao “Turismo” e “A Minha Visão – Presidentes de Câmara - Homens”.